24 de abril de 2013

A influência da mídia na música e no desenvolvimento social



Foi-se o tempo em que ideologias eram seguidas à regra. Do movimento Punk ao Hippie, do Rock’n Roll ao Hip Hop, do Jazz ao R&B, entre outros, tais dogmas musicais estão sendo apagados com o decorrer do tempo.
Vivemos numa época em que a diversidade musical é tão grande que grupos sociais são formados, diariamente, pela influência de artistas que não agregam valor algum à arte, musicalmente falando. Estereótipos são lançados pela mídia que atinge a grande massa e repercute nas ações e no dia a dia das pessoas fazendo com que a receptividade e aceitação sejam instantâneas. Não sou contra nem a favor, mas podemos citar o movimento EMO mais como uma representação midiática de bandas coloridas do que um estilo de vida propriamente dito.
 
Saindo um pouco do melindre colorido, podemos afirmar que o Brasil vive uma fase boa no âmbito cultural, tratando-se de teatro, exposição e afins. No entanto, esse valor não pode ser transferido para a música, que vive uma fase drástica e um tanto quanto pornográfica nas entrelinhas.
 
Por convenção social, o brasileiro deleita-se nas músicas americanas sem entender, sequer, uma palavra. Com a ajuda das traduções na internet, essa relação de ritmo, swing e melodia caiu por terra, uma vez que a maioria dessas músicas não quer dizer nada além do que é falado nas canções brasileiras propriamente ditas.
Num país onde o RAP é discriminado devido à origem das pessoas que o fazem, o que podemos esperar? Esse ritmo serve para relatar e criticar o sistema no qual vivemos, seja em relação à desigualdade social, corrupção, violência, preconceito, injustiça e impunidade. Todas essas questões problemáticas abordadas pelo RAP não são relevantes para a grande mídia.
Posso afirmar que nos próximos 50 anos, você não verá, por exemplo, os Racionais MC’s na Rede Globo. Primeiro porque os rappers não aceitariam e segundo que a emissora não correria riscos com declarações ”inesperadas”, uma vez que a verdade nua e crua dói e polemiza, principalmente se o programa for ao vivo, além do advento das mídias sociais na repercussão dos fatos.
O Funk surgiu com um objetivo similar. No entanto, com o passar dos anos, o mercado percebeu que a levada sensual ou a putaria propriamente dita era a onda do mercado. A música que mexe com a libido e imaginação do público tornou-se pragmática, uma vez que a demanda retrata os milhões de reais que movimentam o mau gosto musical da atualidade.
O estilo Sertanejo (do momento) e o Funkeiro disputam denotativamente qual é o estilo mais promíscuo. Pegação, traição, balada, bebida e carro bacana são os principais motes desses ritmos que alucinam e percorrem o Brasil e deixam a “novinha no grau” e a “fiel irada”.
Em tese, tudo o que foi dito é como chover no molhado. Em um país no qual a educação não é prioridade, onde o senso crítico não é trabalhado e o desenvolvimento social é deixado ao relento, a única saída talvez seja dançarmos o Tchu Tcha Tcha, o Lek Lek, ou fazer uma lavagem cerebral em quem tem o poder de mudar estas problemáticas socio-cognitivas – o povo. Esta mudança pode ser resolvida em melhores práticas para aquisição de conhecimento de mundo através da leitura, estudo e principalmente através do voto para a eleição de políticos que pensem que a educação é o princípio do bom gosto e do desenvolvimento sociocultural.
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Julio Cesar Costa

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